sábado, 26 de agosto de 2017

O novo L'Astrolabe e as TAAF (The new L'Astrolabe and the TAAF / El nuevo L'Astrolabe y las TAAF)






O NOVO L’ASTROLABE E AS TERRAS AUSTRAIS E ANTÁRTICAS FRANCESAS
(THE NEW L’ASTROLABE AND THE FRENCH SOUTHERN AND ANTARCTIC LANDS
EL NUEVO L'ASTROLABE Y LAS TIERRAS AUSTRALES Y ANTARTICAS FRANCESAS)





O NOVO L’ASTROLABE – Passados pouco mais de dois anos da assinatura do contrato, o navio polar logístico e de patrulha L’Astrolabe (indicativo visual P800) já está a serviço da França. Batizado no último dia 12 de julho, na cidade francesa de Concarneau, ele será recebido em sua base, na ilha da Reunião (oceano Índico) em setembro, devendo cumprir a primeira missão antártica de abastecimento no verão 2017-18 [THE NEW L'ASTROLABE – Two years after the signing of the contract, the L'Astrolabe logistics and patrol polar vessel (pennant number P800) has already been delivered to France. Christened on July 12 in the French city of Concarneau, she will be received at her base on Réunion Island (Indian Ocean) in September, and will perform the first Antarctic supply mission in summer 2017-18 / EL NUEVO L'ASTROLABE  Dos años después de la firma del contrato, el buque polar logístico y de patrulla L'Astrolabe (número de casco P800) ya está al servicio de Francia. Bautizado el 12 de julio en la ciudad francesa de Concarneau, será recibido en su base en la isla de Reunión (Océano Índico) en septiembre, y realizará su primera misión antártica de abastecimiento en el verano de 2017-18].

A um custo de € 50 milhões, a embarcação foi desenhada por Marine Assistance e construída pelo estaleiro Piriou, ambos franceses, com consultoria da Aker Arctic (Finlândia). O casco foi feito no estaleiro polonês Crist e depois transferido para a França, onde o navio foi completado. Tem 72 m de comprimento, 16 m de boca e desloca algo como 4.000 t, com capacidade para 1.200 t de carga. Possui um guindaste para 35 t, está equipado com hangar para um helicóptero e é capaz de acomodar até 60 pessoas a bordo, incluída a tripulação. Dotado de casco certificado pelo Bureau Veritas como icebreaker 5, o vaso é feito para navegar continuamente em gelo com 60 a 80 cm de espessura. Tem autonomia para uma missão de 35 dias, à velocidade de 12 nós. A propulsão é a diesel, com quatro motores Wärtsilä 8L20 gerando 1.600 kW cada um, acoplados a dois eixos com hélices de passo variável [At a cost of € 50 million, the watercraft was designed by Marine Assistance and built by the Piriou shipyard, both French, with technical advice from Aker Arctic (Finland). The hull was made in the Polish shipyard Crist and then transferred to France, where the ship was completed. She is 72 m in length, 16 m in beam and displaces about 4,000 t, with a freight capacity for 1,200 t of load. She has a crane for 35 t, is equipped with hangar for a helicopter and is able to accommodate up to 60 people on board, including the crew. Endowed with a hull certified by Bureau Veritas as icebreaker 5, the vessel was made to continuously navigate in a layer of 60 to 80 cm thick ice. She has the autonomy for a 35-day mission, at a 12 knots speed. The propulsion is diesel-powered, with four Wärtsilä 8L20 engines generating 1,600 kW each, connected to two controllable pitch propellers / A un costo de € 50 millones, la embarcación fue diseñada por Marine Assistance y construida por el astillero Piriou, ambos franceses, con consultoria de Aker Arctic (Finlandia). El casco fue hecho en el astillero polaco Crist y después transferido a Francia, donde el barco fue terminado. Tiene 72 m de eslora, 16 m de manga y desplaza alrededor de 4.000 t, con una capacidad para 1.200 t de carga. Tiene una grúa para 35 t, está equipado con hangar para un helicóptero y tiene capacidad para hasta 60 personas a bordo, incluida la tripulación. Dotado de casco certificado por el Bureau Veritas como icebreaker 5, el vaso fue hecho para navegar continuamente en una capa de hielo de 60 a 80 cm de espesor. Tiene autonomía para una misión de 35 días, a una velocidad de 12 nudos. La propulsión es diesel, con cuatro motores Wärtsilä 8L20 que generan 1.600 kW cada uno, conectados a dos ejes con hélices de paso variable].













O estaleiro Piriou ainda é responsável pela manutenção do navio, a ser realizada na ilha da Reunião durante os três anos seguintes à entrega, bem como pelo treinamento das duas tripulações que se revezarão na operação da nave. As equipes também serão habilitadas pela marinha francesa para navegação em águas congeladas (The Piriou shipyard is also responsible for the maintenance of the watercraft, to be held at Réunion Island during the three years following the delivery. Besides, it must provide training for the two relay crews that will operate the ship. Teams will be enabled for navigation in frozen waters by the French navy / El astillero Piriou también es responsable del mantenimiento del buque, que se realizará en la isla de Reunión durante los tres años siguientes a la entrega. Además, debe proporcionar entrenamiento para las dos tripulaciones que se revezarán en la operación de la nave. Los equipos serán habilitados para la navegación en aguas congeladas por la marina francesa).

A nova unidade substituirá duas embarcações: o patrulheiro Albatros, da marinha (P681, 1966-2015), e outro vaso também chamado L’Astrolabe (navios de expedições francesas históricas tornaram célebre esse nome). Este seu homônimo pertenceu ao armador P&O Maritime Services e, entre 1988 e 2017, foi anualmente fretado pelas TAAF (Terres australes et antarctiques françaises, Terras Austrais e Antárticas Francesas) e pelo IPEV (Institut Polaire Français Paul-Émile Victor). Ele era usado nas missões de suprimento da base antártica Dumont d’Urville e no apoio científico das demais estações do IPEV situadas nas ilhas austrais [The new unit will replace two watercrafts: the naval patrol boat Albatros (P681, 1966-2015), and another vessel also called L'Astrolabe (some ships of historical French expeditions have made that name famous). The latter belonged to P&O Maritime Services, and was chartered annually between 1988 and 2017 by TAAF (Terres australes et antarctiques françaises, French Southern and Antarctic Lands) and IPEV (Institut Polaire Français Paul-Émile Victor). She was used in the supply missions of Dumont d'Urville Antarctic base and in the scientific support of the other IPEV stations located in the southern islands / La nueva unidad sustituirá a dos embarcaciones: el patrullero de alta mar Albatros (P681, 1966-2015), y un otro vaso también llamado L'Astrolabe (barcos de expediciones francesas históricas han hecho famoso este nombre). Este su homónimo perteneció al armador P&O Maritime Services y, entre 1988 y 2017, fue anualmente fletado por TAAF (Terres australes et antarctiques françaises, Tierras Australes y Antárticas Francesas) e IPEV (Institut Polaire Français Paul-Émile Victor). Fue utilizado en las misiones de suministro de la base antártica Dumont d'Urville y en el apoyo científico de las otras estaciones de IPEV ubicadas en las islas australes].

O atual L’Astrolabe será compartilhado por três instituições e utilizado segundo um regime peculiar: propriedade das TAAF, ele será operado pela Marine nationale e fretado ao IPEV. Tendo o porto australiano de Hobart como base temporária, o instituto polar utilizará a embarcação durante 120 dias anuais (entre outubro e março) para o suporte às operações francesas na Terra Adélia, Antártida. Durante os 245 dias restantes do ano (dos quais cerca de 110 no mar), a marinha usará o navio em missões de patrulhamento armado, principalmente monitorando a pesca na grande zona econômica exclusiva (ZEE) que a França detém no oceano Índico [The new L'Astrolabe will be shared by three institutions, under a peculiar regime: owned by the TAAF, she will be operated by Marine nationale and chartered to the IPEV. Having the Australian port of Hobart as a temporary base, the polar institute will use the watercraft 120 days a year (between October and March) to support French operations in Adélie Land, Antarctica. For the remaining 245 days of the year (of which about 110 at sea), the navy will use the ship on armed patrol missions, mainly monitoring fishing in France's large exclusive economic zone (EEZ) in the Indian Ocean / El nuevo L'Astrolabe será compartido por tres instituciones, bajo un régimen peculiar: propiedad de las TAAF, será operado por la Marine nationale y fletado al IPEV. Teniendo el puerto australiano de Hobart como base temporal, el instituto polar utilizará la embarcación 120 días al año (entre octubre y marzo) para apoyar las operaciones francesas en la Tierra Adélia, Antártida. Durante los 245 días restantes del año (de los cuales alrededor de 110 en el mar), la armada utilizará el buque en misiones de patrulla, principalmente monitorizando la pesca en la gran zona económica exclusiva (ZEE) de Francia en el Océano Índico].




ZEE E PLATAFORMA CONTINENTAL  A zona econômica exclusiva corresponde ao limite de 200 milhas náuticas (cerca de 370 km) contadas a partir da costa marinha na direção do alto-mar. Somente a respectiva nação costeira tem o direito de gerir e explorar os recursos naturais, vivos ou não, existentes dentro dessa área. Atendidos determinados requisitos, a nação interessada também pode pleitear a extensão da área do fundo do mar que lhe cabe, além das 200 nm e até o limite de 350 nm sobre a plataforma continental, obtendo assim acesso exclusivo aos recursos não vivos do leito e do subsolo e às espécies vivas sedentárias. Além de toda a pesca, do petróleo e do gás natural, há muitos outros recursos naturais no mar, e já estão em andamento polêmicos projetos de mineração oceânica, para extração dos chamados “nódulos polimetálicos” do leito marinho [EEZ AND CONTINENTAL SHELF – The exclusive economic zone corresponds to the limit of 200 nautical miles (about 370 km) counted from the coast to the high seas. Only the respective coastal nation is entitled to manage and exploit the living or non-living natural resources within that area. Subject to certain requirements, the willing nation may also claim the extension of the corresponding seabed area, in addition to the 200 nm and up to 350 nm over the continental shelf, thus obtaining exclusive access to the non-living resources of the seafloor and subsoil and to the living sedentary species. In addition to all the fishing, oil and natural gas, there are many other natural resources at the sea, and controversial ocean mining projects to extract the so-called "polymetallic nodules" from the seabed are already underway / ZEE Y PLATAFORMA CONTINENTAL – La zona económica exclusiva corresponde al límite de 200 millas náuticas (unos 370 km) contados desde la costa hasta la alta mar. Sólo la respectiva nación costera tiene derecho a gestionar y explotar los recursos naturales vivos o no vivos dentro de esa zona. Si se cumplen determinados requisitos, el país interesado también puede pleitear la extensión del área del fondo del mar que le corresponde, más allá de las 200 nm y hasta 350 nm sobre la plataforma continental, obteniendo así acceso exclusivo a los recursos no vivos del lecho y del subsuelo y a las especies sedentarias vivientes. Además de toda la pesca, del petróleo y del gas natural, hay muchos otros recursos naturales en el mar, y ya se están llevando a cabo polémicos proyectos de minería oceánica para extraer los llamados "nódulos polimetálicos" del lecho marino].

Considerando um raio de 200 nm, qualquer ilha oceânica, por menor que seja, terá ao seu redor uma zona econômica exclusiva com mais de 400.000 km2, desde que não haja sobreposição com outra ZEE, e ainda existe a referida possibilidade de extensão da plataforma continental. No entanto, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM/UNCLOS) de 1982 estabelece que os rochedos que não possam ser habitados ou explorados economicamente não terão ZEE nem lhes será atribuída área de fundo do mar, ainda que o domínio sobre eles não seja discutido. Dentre outras razões, é por isso que hoje até mesmo ilhas muito pequenas estão sujeitas à soberania de algum Estado, e, dependendo de sua localização, são efetivamente ocupadas (*) [Considering a radius of 200 nm, any oceanic island, however small, will have around it an exclusive economic zone with more than 400,000 km2, as long as there is no overlap with another EEZ, and there is still the referred possibility of extension of the continental shelf. Nevertheless, the 1982 United Nations Convention on the Law of the Sea (UNCLOS) stipulates that no EEZ or seabed area will be assigned to the islets that can not be inhabited or economically exploited, even though the dominion over them is not under discussion. Among other reasons, that is why today even very small islands are subject to the sovereignty of some State, and, depending on their location, are effectively occupied (*) / Teniendo en cuenta un radio de 200 nm, cualquier isla oceánica, por más pequeña que sea, tendrá a su rededor una zona económica exclusiva con más de 400.000 km2, desde que no exista superposición con otra ZEE, y aun existe la referida posibilidad de extensión de la plataforma continental. Sin embargo, la Convención de las Naciones Unidas sobre el Derecho del Mar (CDM/UNCLOS) de 1982 estipula que los islotes que no puedan ser habitados o explotados económicamente no tendrán ZEE, ni tampoco les será asignada área de fondo de mar, aunque el dominio sobre ellos no esté en discusión. Entre otras razones, es por eso por lo que hoy en día hasta islas muy pequeñas están sujetas a la soberanía de algún Estado y, dependiendo de su ubicación, son efectivamente ocupadas (*)].

Apesar da pequena área emersa das possessões francesas no Índico (menos de 8.000 km2), a zona econômica exclusiva correspondente é de mais de mais de 2,27 milhões de km2 –parcela expressiva dentro dos quase 11,7 milhões de km2 de toda a ZEE da França, que é a maior do mundo [Despite the small emerged area of French possessions in the Indian Ocean (less than 8,000 km2), its corresponding exclusive economic zone is more than 2.27 million km2 –an expressive portion within the almost 11.7 million km2 that form the entire French EEZ, which is the biggest in the world / Apesar de la pequeña área emergida de las posesiones francesas en el Océano Índico (menos de 8.000 km2), la zona económica exclusiva correspondiente es de más de 2,27 millones de km2, una parte expresiva de los casi 11,7 millones de km2 que forman toda la ZEE francesa, la más grande del mundo].



[a ZEE francesa é a maior do mundo (French EEZ is the largest in the world / La ZEE francesa es la mayor del mundo)]




[a ZEE da França na região do oceano Índico e na metrópole, em verde (The French EEZ in the Indian Ocean region
and in the metropolis, in green / La ZEE francesa en la región del Océano Índico y en la metrópolis, en verde)]




A ATUAL PRESENÇA FRANCESA NO OCEANO ÍNDICO E NA TERRA ADÉLIA
– As Terras Austrais e Antárticas Francesas (TAAF) são um vasto território de ultramar espalhado pelo oceano Índico e Antártida, com climas que variam entre o polar e o tropical. O território compreende cinco distritos diferentes, a saber: (1) a Terra Adélia (único distrito antártico e única porção não insular das TAAF, correspondente à reivindicação francesa sobre a Antártida); (2) as ilhas Kerguelen e (3) o arquipélago Crozet, ambos situados na zona subantártica; (4) as ilhas São Paulo e Amsterdam, subtropicais; e (5) as ilhas Esparsas do Oceano Índico (Europa, Bassas da Índia, Juan de Nova, Gloriosas e Tromelin), de clima tropical. Esses locais não têm população permanente, mas são mantidos ocupados, por pessoal científico ou militar –todos, exceto Bassas da Índia. Nas imediações das Ilhas Esparsas, a República Francesa também possui os departamentos ultramarinos de Mayotte e Reunião [THE CURRENT FRENCH PRESENCE IN THE INDIAN OCEAN AND IN THE ADÉLIE LAND  The French Southern and Antarctic Lands (TAAF) are a vast overseas territory spread across the Indian Ocean and Antarctica, with climates ranging from polar to tropical. The territory comprises five different districts, namely: (1) Terre Adélie (the only Antarctic district and the only non-insular portion of TAAF, corresponding to the French claim on Antarctica); (2) the Kerguelen Islands and (3) the Crozet Islands, both situated in the subantarctic zone; (4) the subtropical St. Paul and Amsterdam Islands; and (5) the Scattered Islands in the Indian Ocean (Europa, Bassas da India, Juan de Nova, Glorioso and Tromelin). These places have no permanent population, but are kept occupied by scientific or military personnel –all but Bassas da India. The French Republic also has two overseas departments, Mayotte and Réunion, in the vicinity of the Scattered Islands / LA ACTUAL PRESENCIA FRANCESA EN EL OCÉANO ÍNDICO Y EN LA TIERRA ADÉLIA  Las Tierras Australes y Antárticas Francesas (TAAF) son un vasto territorio de ultramar que se extiende por el Océano Índico y la Antártida, con climas que van desde el polar hasta el tropical. El territorio comprende cinco distritos diferentes, a saber: (1) Tierra Adélia (el único distrito antártico y la única parte no insular de las TAAF, que corresponde a la reclamación francesa sobre la Antártida); (2) las islas Kerguelen y (3) el archipiélago Crozet, ambos situadas en la zona subantártica; (4) las islas subtropicales de San Pablo y Amsterdam; y (5) las islas Dispersas del Océano Índico (Europa, Bassas da India, Juan de Nova, Gloriosas y Tromelin), de clima tropical. Estos lugares no tienen población permanente, pero se mantienen ocupados por personal científico o militar – todos, exepto Bassas da India. La República Francesa también tiene los departamentos ultramarinos de Mayotte y Reunión en las proximidades de las islas Dispersas].




[em vermelho, as Terras Austrais e Antárticas Francesas; em azul, os dois departamentos ultramarinos do Índico
(In red, the French Southern and Antarctic Lands; in blue, the two overseas departments in the Indian Ocean /
En rojo, las Tierras Australes y Antárticas Francesas; en azul, los dos departamentos de ultramar en el Océano Índico)]




Nos departamentos de Reunião e Mayotte vivem mais de um milhão de pessoas. Além de corpos de polícia militar (Gendarmerie nationale), esses lugares possuem significativa presença das forças armadas. No arquipélago de Mayotte há um destacamento da Legião Estrangeira (260 homens), além de 38 elementos da Marine nationale, que em 2016 operavam três embarcações de pequeno porte. Na ilha da Reunião existe um regimento de paraquedistas da infantaria da marinha e um destacamento da força aérea francesa, que opera dois aviões de transporte Casa CN-235 [More than a million people live in the departments of Reunion and Mayotte. In addition to military police corps (Gendarmerie nationale), these places have a significant presence of the armed forces. In the archipelago of Mayotte there is a Foreign Legion detachment (260 men), besides 38 members of the Marine nationale, which operated three small boats in 2016. In Réunion Island there is a regiment of naval infantry paratroopers and a detachment of the French air force, which operates two transport aircraft Casa CN-235 / Más de un millón de personas viven en los departamentos de Reunión y Mayotte. Además de la policía militar (Gendarmerie nationale), esos lugares tienen una presencia significativa de las fuerzas armadas. En el archipiélago de Mayotte hay un destacamento de la Legión Extranjera (260 hombres), además de 38 miembros de la Marine nationale, que operaban tres embarcaciones pequeñas en 2016. En la isla de Reunión hay un regimiento de paracaidistas de la infantería de marina y un destacamento de la fuerza aérea francesa, que opera dos aviones de transporte Casa CN-235].

Também na ilha da Reunião, a cidade de Le Port abriga um porto multifuncional, o único na França que combina as funções de terminal de ferry, porto comercial (para contêineres e para granéis secos e líquidos), porto de pesca, marina para iates e base naval. Além de ser o porto de registro do novo L’Astrolabe, é onde a Marine nationale mantém sediadas as fragatas Floréal e Nivôse (2.950 t de deslocamento), o patrulheiro de alto-mar Le Malin (1.300 t), o novíssimo navio multimissão Champlain (2.300 t) e outras embarcações menores. Nesse porto também está baseado o navio oceanográfico Marion Dufresne 2, que, analogamente ao antigo L’Astrolabe, é armado pela empresa Louis Dreyfus e arrendado pelo governo francês (pelas TAAF, para a logística das áreas insulares, e pelo IPEV, para pesquisa oceanográfica) [The city of Le Port, in the Réunion Island, houses a multifunctional port, the only one in France to combine the functions of a ferry terminal, a commercial port (for containers and for dry and liquid bulk), a fishing port, a yacht marina and a naval base. Besides being the home port for the new L'Astrolabe, it is where the Marine nationale docks the Floréal and Nivôse frigates (2,950 t of displacement), the patrol vessel Le Malin (1,300 t) and the brand-new multimission ship Champlain ( 2,300 t), in addition to smaller boats. Le Port is also the base of operations for the oceanographic research vessel Marion Dufresne 2, which, alike the old L'Astrolabe, is owned by a private company (Louis Dreyfus) and leased to the French government (to the TAAF, for logistics at insular areas, and to the IPEV, for oceanographic research) / La ciudad de Le Port, en la Isla de Reunión, alberga un puerto multifuncional, el único en Francia que combina las funciones de terminal de ferry, puerto comercial (para contenedores y para graneles secos y líquidos), puerto pesquero, marina para yates y base naval. Además de ser el puerto de matrícula del nuevo L'Astrolabe, es donde la Marine nationale mantiene las fragatas Floréal y Nivôse (2.950 t de desplazamiento), el patrullero de alta mar Le Malin (1.300 t), el flamante buque multimisión Champlain (2.300 t) y otros vasos más pequeños. Le Port es también la base de operaciones del navío oceanográfico Marion Dufresne 2, que, de forma similar al viejo L'Astrolabe, es armado por la empresa Louis Dreyfus y arrendado por el gobierno francés (por las TAAF, para la logística de las áreas insulares, y por el IPEV, para investigación oceanográfica)].

O IPEV possui cinco bases científicas permanentemente ocupadas na região. Uma delas, Concordia, está localizada no Território Antártico Australiano, sobre o platô antártico, mas todas as demais se situam nas Terras Austrais e Antárticas Francesas: Dumont d’Urville (na Terra Adélia), Port-aux-Français (nas ilhas Kerguelen), Alfred-Faure (no arquipélago Crozet) e Martin-de-Viviès (na ilha Amsterdam, também referida como “Nova Amsterdam”). As “Terras Austrais” propriamente ditas (ilhas São Paulo e Amsterdam, Crozet e Kerguelen) são muito remotas e acessíveis apenas pelo mar, mas a França mantém pistas de pouso rudimentares e estações meteorológicas em todas as outras ilhas que compõem as TAAF, salvo no atol Bassas da Índia, imprestável para a ocupação. As ilhas Esparsas sediam pequenos destacamentos militares provenientes de Reunião e Mayotte: os paraquedistas da marinha estão presentes nas ilhas Europa e Juan de Nova e a Legião Estrangeira ocupa as ilhas Gloriosas. Tromelin só costuma receber pessoal científico [IPEV owns five permanently occupied scientific bases in the region. One of them, Concordia, is located within the Australian Antarctic Territory, on the Antarctic plateau, but the others are situated in the French Southern and Antarctic Lands: Dumont d'Urville (in Adélie Land), Port-aux-Français (on the Kerguelen Islands) Alfred-Faure (on the Crozet Islands) and Martin-de-Viviès (on Amsterdam Island, also referred to as "New Amsterdam"). The so-called "Southern Lands" (Kerguelen, Crozet, St. Paul and Amsterdam islands) are very remote and accessible only by sea, but France maintains rudimentary airstrips and meteorological stations on the other islands that make up the TAAF, except for Bassas da India atoll, unsuitable for occupation. The Scattered Islands are home to small military detachments from Réunion and Mayotte: the naval infantry paratroopers are present at Europa and Juan de Nova Islands and the Glorioso Islands are garrisoned by the Foreign Legion. Tromelin receives scientific personnel only / El IPEV posee cinco bases científicas permanentemente ocupadas en la región. Una de ellas, Concordia, está situada en el Territorio Antártico Australiano, en la meseta antártica, pero las otras están localizadas en las Tierras Australes y Antárticas Francesas: Dumont d'Urville (en la Tierra Adélia), Port-aux-Français (en las islas Kerguelen) Alfred-Faure (en el archipiélago Crozet) y Martin-de-Viviès (en la isla de Amsterdam, también conocida como "Nueva Amsterdam"). Las denominadas "Tierras Australes" (islas Kerguelen, Crozet, St. Paul y Amsterdam) son muy remotas y accesibles sólo por mar, pero Francia mantiene pistas de aterrizaje rudimentarias y estaciones meteorológicas en todas las otras islas que integran las TAAF, excepto en el atolón Bassas da India, imprestable para la ocupación. Las islas Dispersas albergan pequeños destacamentos militares provenientes de la Reunión y de Mayotte: los paracaidistas de la infantería de marina están presentes en las islas Europa y Juan de Nova y las islas Gloriosas están guarnecidas por la Legión Extranjera. Tromelin suele recibir solamente personal científico].

As Terras Austrais e Antárticas Francesas são uma pessoa jurídica com autonomia administrativa e financeira. Subordinada diretamente ao governo francês, sua administração central está sediada em Saint-Pierre, Reunião (ficava em Paris até o ano 2000). Cada um dos seus cinco distritos se constitui em uma circunscrição desconcentrada da entidade: a respectiva sede é a própria estação de pesquisa, existindo um representante das TAAF em cada distrito (chef de district), a quem são delegadas funções legais e administrativas –a exceção são as ilhas Esparsas, cujo chefe está baseado em Saint-Pierre [The French Southern and Antarctic Lands are a juridical person with administrative and financial autonomy. Subordinated directly to the French government, its central administration is based in Saint-Pierre, Reunion (it was headquartered in Paris until the year 2000). Each of its five districts is a deconcentrated circumscription of the entity: the respective capital is the research station itself, with a TAAF representative in each district (chef de district), to whom legal and administrative functions are delegated –the exception is the Scattered Islands, whose chief is based in Saint-Pierre / Las Tierras Australes y Antárticas Francesas son una persona jurídica con autonomía administrativa y financiera. Subordinada directamente al gobierno francés, su administración central tiene sede en Saint-Pierre, Reunión (quedaba en París hasta el año 2000). Cada uno de sus cinco distritos es una circunscripción desconcentrada de la entidad: la respectiva capital es la propia estación de investigación, existiendo un representante de las TAAF en cada distrito (chef de district), a quien se delegan funciones legales y administrativas –la excepción son las islas Dispersas, cuyo jefe se encuentra en Saint-Pierre].

No entanto, a soberania francesa sobre grande parte desses territórios do Índico e da Antártida é amplamente controversa. A pretensão sobre a Terra Adélia, cujo contencioso está suspenso por efeito do Tratado da Antártida de 1959, só é reconhecida por quatro países (Reino Unido, Noruega, Austrália e Nova Zelândia). O departamento de Mayotte é reivindicado pelas is. Comoros. As ilhas Esparsas também são objeto de disputa: Europa, Bassas da Índia, Juan de Nova e Gloriosas são reclamadas por Madagascar, enquanto Tromelin é reivindicada pela ilha Mauricio. Como se vê, de toda a área das TAAF e dos departamentos do oceano Índico, somente a posse de Reunião e das ilhas Crozet, Kerguelen, São Paulo e Amsterdam não é contestada [However, French sovereignty over much of these Indian Ocean and Antarctic territories is quite controversial. The pretension over Adélie Land, whose litigation is suspended under the 1959 Antarctic Treaty, is only recognized by four countries (the United Kingdom, Norway, Australia and New Zealand). The department of Mayotte is claimed by Comoros Islands. The Scattered Islands are also disputed: Europa, Bassas da India, Juan de Nova and Glorioso are claimed by Madagascar, while Tromelin is claimed by Mauritius. Out of all the TAAF and Indian Ocean departments, only the possession of Réunion, Crozet, Kerguelen, St. Paul and Amsterdam islands is not disputed / Sin embargo, la soberanía francesa sobre gran parte de estos territorios del Índico y de la Antártida es ampliamente controvertida. La pretensión sobre la Tierra Adélia, cuyo contencioso está suspendido por efecto del Tratado Antártico de 1959, es reconocida sólo por cuatro países (Reino Unido, Noruega, Australia y Nueva Zelanda). El departamento de Mayotte es reclamado por las Islas Comoras. Las islas Dispersas también son disputadas: Europa, Bassas da India, Juan de Nova y Gloriosas son reclamadas por Madagascar, mientras que Tromelin es reivindicada por la República de Mauricio. Como se ve, de toda el área de las TAAF y de los departamentos del Océano Índico, solo no se discute la posesión de las islas de Reunión, Crozet, Kerguelen, St. Paul y Amsterdam].




LOGÍSTICA A PARTIR DA ILHA DA REUNIÃO – A situação da França no oceano Índico sudoeste se assemelha à presença do Reino Unido no Atlântico Sul. Ambos são países do hemisfério norte, com um histórico de dominação colonial e pretensões territoriais sobre a Antártida, ocupando territórios que são reclamados por seus vizinhos menos poderosos, mas há diferenças fundamentais entre os dois casos. A França não possui algo como a linha Ascensão-Santa Helena-Tristão da Cunha-Malvinas, toda povoada (embora escassamente) e atualmente dotada de três aeroportos e de importantes instalações militares e de comunicações. Os domínios franceses ocupam uma área mais compacta, e seu entorno estratégico não é conturbado como o do seu equivalente britânico. No entanto, a nação está verdadeiramente presente no hemisfério sul: Reunião, departamento com mais de 800.000 habitantes que será a base do novo navio, assim como a vizinha Mayotte, com cerca de 200.000 pessoas, de fato integram a República, fazendo parte do Estado francês de forma plena, o que não acontece com os territórios britânicos de ultramar [LOGISTICS FROM RÉUNION ISLAND – The situation of France in the southeastern Indian Ocean resembles the British presence in the South Atlantic. Both are northern hemisphere countries, with a history of colonial domination and territorial pretensions over Antarctica, occupying territories that are claimed by their less powerful neighbors, but there are fundamental differences between both cases. France does not have something like the Ascension-Saint Helena-Tristan da Cunha-Falklands line, populated (though scarcely) along its entire length and currently equipped with three airports and important military and communications facilities. French domains occupy a more compact area, and their strategic environment is not as restless as that of its British counterpart. However, the nation is truly present in the southern hemisphere: Réunion, a department with more than 800,000 inhabitants that will be the base of the new ship, as well as nearby Mayotte, with around 200,000 people, are both indeed part of the Republic, thus comprising the French state in full form –that is not the case with the British overseas territories / LOGÍSTICA A PARTIR DE LA ISLA DE RÉUNION – La situación de Francia en el Océano Índico suroeste se asemeja a la presencia británica en el Atlántico Sur. Ambos son países del hemisferio norte, con un histórico de dominación colonial y pretensiones territoriales sobre la Antártida, ocupando territorios que son reclamados por sus vecinos menos poderosos, pero hay diferencias fundamentales entre ambos casos. Francia no tiene algo como la línea Ascensión-Santa Elena-Tristán de Acuña-Malvinas, toda poblada (aunque escasamente) y actualmente equipada con tres aeropuertos e importantes instalaciones militares y de comunicaciones. Los dominios franceses ocupan un área más compacta, y su entorno estratégico no es conturbado como el de su equivalente británica. Sin embargo, la nación está realmente presente en el hemisferio sur: Reunión, un departamento con más de 800.000 habitantes que será la base del nuevo buque, así como la cercana Mayotte, con alrededor de 200.000 personas, son parte de la República y por lo tanto integran el Estado francés de forma plena –lo que no ocurre con los territorios británicos de ultramar].

Por outro lado, os territórios franceses estão muito mais longe da estação de pesquisa Dumont d”Urville do que as Malvinas estão da base Rothera (1.850 km) ou mesmo de Halley VI (3.040 km). A ilha da Reunião fica a cerca de 5.000 km do ponto mais próximo da Antártida –não é tão longe quando se pensa que a Cidade do Cabo fica a uns 4.000 km da Terra da Rainha Maud, ou que o trajeto entre Christchurch e McMurdo mede 3.830 km. No entanto, o local de interesse direto da França na Antártida está a mais de 7.600 km de distância [On the other hand, the French territories are much further away from Dumont d 'Urville research station than the Falklands are from Rothera base (1,850 km) or even Halley VI (3,040 km). Réunion Island lies about 5,000 km from the nearest point in Antarctica –it does not seem to be so distant when one thinks that Cape Town is around 4,000 km from Queen Maud Land, or that Christchurch and McMurdo are separated by 3,830 km. However, France's direct concerns in Antarctica are more than 7,600 km away / Por otro lado, los territorios franceses están mucho más alejados de la estación de investigación Dumont d 'Urville que las Malvinas están de la base Rothera (1.850 km) o aun de Halley VI (3.040 km). La isla de Reunión se encuentra a unos 5.000 km del punto más cercano de la Antártida –no parece ser tan lejos cuando se piensa que la Ciudad del Cabo está a unos 4.000 kilómetros de la Tierra de la Reina Maud Land o que Christchurch y McMurdo están separados por 3.830 km. Sin embargo, el local de interese directo de Francia en la Antártida está a más de 7.600 km de distancia].




[A base Dumont d’Urville]




A Terra Adélia (La Terre-Adélie) é a menor das reivindicações sobre o continente austral –uma estreita faixa entre os meridianos 136º e 142º L, que se estende desde o litoral até o Polo Sul, com cerca de 432.000 km2. Foi nessa costa que o navegador francês Dumont d'Urville desembarcou em 1840, a poucos quilômetros do local onde hoje se encontra a estação científica que leva seu nome, em funcionamento ininterrupto desde 1956. Os franceses ocupam essa região desde 1950, com a instalação da base Port Martin, incendiada em 1952, e mais tarde construíram a estação Charcot (1957-60), no interior do continente, mas a reivindicação territorial havia sido apresentada em 1924 [Adélie Land (La Terre-Adélie) is the smallest of the claims on the southern continent –a narrow strip between the 136º and 142º E meridians, stretching from the seashore to the South Pole, with an approximate área of 432,000 km2. It was on that coast that the French navigator Dumont d'Urville landed in 1840, a few kilometers far from the place where today is the scientific station that bears his name, which has been running continuously since 1956. French have been occupying the region since 1950, with the establishment of Port Martin base, destroyed by a fire in 1952, and later built Charcot station (1957-60), in the hinterland, but the territorial claim had been laid in 1924 / La Tierra Adélia (La Terre-Adélie) es la más pequeña de las reclamaciones sobre el continente meridional –una franja estrecha entre los meridianos 136º y 142º E, que se extiende desde el litoral hasta el Polo Sur, con unos 432.000 km2. Fue en esa costa que el navegante francés Dumont d'Urville desembarcó en 1840, a pocos kilómetros del sitio donde hoy se encuentra la estación científica que lleva su nombre, la cual funciona continuamente desde 1956. Los franceses han ocupado la región desde 1950, con el establecimiento de la base Port Martin, destruida por un incendio en 1952, y más tarde construyeron la estación Charcot (1957-60), en el interior del continente, pero la reivindicación territorial se había establecido en 1924].




{A Rocha do Desembarque (Rocher du Débarquement) atualmente é um sítio histórico antártico (HSM-81) 
[The Landing Rock (Rocher du Débarquement) is currently an Antarctic historic site (HSM-81) /
La Roca del Desembarco (Rocher du Débarquement) es actualmente un sitio histórico antártico (HSM-81)]}




A logística na Terra Adélia é profundamente condicionada pela impossibilidade da base Dumont d’Urville de receber voos intercontinentais (a pista de pouso que se tentou construir nos anos 1980-90 foi seriamente danificada por um tsunami, meses antes de ser completada). O transporte marítimo é o único meio apto para o frete de cargas pesadas ou superdimensionadas, além de ser largamente utilizado na movimentação de pessoal técnico e científico [The logistics on Adélie Land is deeply constrained by the impossibility for Dumont d'Urville base to receive intercontinental flights (in the years 1980-90 there was an unsuccessful attempt to build an airstrip, badly damaged by a tsunami months before it was completed). Maritime transport is the only suitable means for freighting of heavy or oversized loads, besides being broadely used in the movement of technical and scientific personnel / La logística en la Tierra Adélia está profundamente limitada por la imposibilidad de que la base Dumont d'Urville reciba vuelos intercontinentales (en los años 1980-90 hubo una malograda tentativa de construcción de una pista de aterrizaje, gravemente dañada por un tsunami meses antes de que se completara). El transporte marítimo es el único medio adecuado para el transporte de cargas pesadas o sobredimensionadas, además de ser ampliamente utilizado en el movimiento de personal técnico y científico].




[O antigo L’Astrolabe atracado perto da base Dumont d’Urville. Nos últimos anos, devido à espessura do gelo marinho, o navio foi obrigado a descarregar a vários quilômetros da estação no início do verão (The old L’Astrolabe docked near Dumont d’Urville station. In recent years, the ship was forced to unload several kilometers away from the base in early summer due to the thickness of the sea iceEl antiguo L’Astrolabe atracado cerca de la base Dumont d’Urville. En los últimos años, debido al espesor del hielo marino, el buque se vio obligado a descargar varios kilómetros lejos de la base a principios de verano)]




A grande distância entre Reunião a Terra Adélia torna ainda mais complexa a cadeia de suprimento logístico. Em princípio, os franceses teriam duas opções: (a) estabelecer o suprimento diretamente a partir da Reunião, ou da França, servindo-se de um grande navio, de maneira a fazer uma viagem de abastecimento, ou no máximo duas; ou (b) buscar um outro porto mais próximo à Antártida, que pudesse ser usado como posto avançado de fornecimento, devendo uma embarcação de médio porte efetuar um determinado número de cruzeiros para o abastecimento da base Dumont d’Urville [The long distance between Réunion and Adélie Land makes the logistic chain still more complex. In principle, French would have two options: (a) to deliver the cargo directly from Réunion, or from France, by using a large ship, so as to make a single supply trip, or at most two; or (b) to seek another port closer to Antarctica to be used as an outpost –in that case a medium-sized vessel would be required to make a number of cruises to supply the Dumont d'Urville base / La larga distancia entre Réunion y la Tierra Adélia hace que la cadena logística sea aun más compleja. En principio, los franceses tendrían dos opciones: a) entregar la carga directamente desde Reunión, o desde Francia, utilizando un gran navío, para efectuar un solo viaje de suministro, o como máximo dos; o (b) buscar otro puerto más cercano a la Antártida para ser utilizado como puesto avanzado; en ese caso, un buque de tamaño mediano tendría que realizar varios cruceros para abastecer la base Dumont d'Urville].

O programa antártico do Japão oferece um exemplo da primeira alternativa: partindo de Tóquio, o quebra-gelos Shirase realiza uma única longa viagem, em um cruzeiro que dura cerca de seis meses. Faz escala em Fremantle, na Austrália Ocidental, apenas para a compra de comida fresca, seguindo dali para a Antártida. Fremantle é a “porta de entrada” secundária da Austrália para a zona austral, e há tempos os japoneses fazem ali sua última escala antes da estação Syowa. O quebra-gelos chinês Xue Long também demanda esse porto em seu caminho para Zhongshan [The Japanese Antarctic program offers an example of the first alternative: departing from Tokyo, the Shirase icebreaker performs a single long journey on a cruise that lasts about six months. The vessel stops at Fremantle, Western Australia, just for the purchase of fresh food, and then leaves to Antarctica. Fremantle is Australia's secondary "gateway" to the southern zone, and for years the Japanese have been doing their last call before Syowa station in that port. Chinese icebreaker Xue Long also stops there on her way to Zhongshan / El programa antártico japonés ofrece un ejemplo de la primera alternativa: partiendo de Tokio, el rompehielos Shirase realiza un único gran viaje, en un crucero que dura aproximadamente seis meses. El buque hace escala en Fremantle, Australia Occidental, sólo para la compra de alimentos frescos, siguiendo desde allí a la Antártida. Fremantle es la "puerta de entrada" secundaria de Australia a la zona austral, y hace tiempo que los japoneses hacen su última parada antes de la estación Syowa en ese puerto. El rompehielos chino Xue Long también se detiene allí en su camino hacia Zhongshan].




[Oceano Índico meridional e oceano Austral
(The southern Indian Ocean and the Antarctic Ocean /
El Océano Índico meridional y el Océano Antártico)]




O IPEV, no entanto, vem utilizando a segunda opção desde os anos cinquenta, operando a partir de Hobart, Austrália, a cerca de 8.600 km da Reunião e a uns 2.700 km da estação Dumont d’Urville. A maior parte da carga é enviada de antemão para a Austrália, via navegação comercial, cabendo ao navio francês realizar quatro ou cinco turnos de reabastecimento (rotations) durante a campanha de verão, entre o final de outubro e março. As grandes quantidades de carga transportados também são voltados para atender às necessidades da estação Concordia, mantida em cooperação com a Itália e localizada no interior do continente, a 1.100 km da base francesa. Com a entrada em operação do novo L'Astrolabe, Hobart passará a ser uma base temporária, e não mais permanente, para a embarcação utilizada pelo programa antártico francês [IPEV, however, has been using the second option since the 1950s, operating from Hobart, Australia, some 8,600 km away from Réunion and about 2,700 km from Dumont d'Urville station. Most of the cargo is sent in advance to Australia via commercial shipping, and the French ship is responsible for four to five replenishment cruises (rotations) during the summer campaign, between late October and March. The large ammounts of cargo transported are also aimed to meet the needs of the French-Italian Concordia station, located inland, 1,100 km away from the French base. After the entry of the new L'Astrolabe into service, Hobart will become a temporary, rather than permanent, base for the vessel used by the French Antarctic program / El IPEV, sin embargo, ha utilizado la segunda opción desde los años cincuenta, operando a partir de Hobart, Australia, a unos 8.600 km de distancia de la Reunión ya unos 2.700 km de la estación Dumont d'Urville. La mayor parte de la carga se envía por adelantado a Australia a través de la navegación comercial, y el barco francés es responsable de cuatro a cinco cruceros de suministro (rotations) durante la campaña de verano, entre finales de octubre y marzo. Las grandes cantidads de carga transportadas también están destinadas a satisfacer las necesidades de la estación franco-italiana Concordia, ubicada en el interior del continente, a 1.100 km de la base francesa. Con la entrada en operación del nuevo L'Astrolabe, Hobart se convertirá en una base temporal, en lugar de permanente, para el buque utilizado por el programa antártico francés].




[O antigo L’Astrolabe em Hobart, seu porto de registro, tendo ao fundo os quebra-gelos Aurora Australis, da Austrália e, possivelmente, Kapitan Dranitsyn, da Rússia (The old L'Astrolabe at Hobart, her home port, with the icebreakers Aurora Australis, from Australia, and possibly Kapitan Dranitsyn, from Russia, in the backgroundEl antiguo L'Astrolabe en Hobart, su puerto de matrícula, con los rompehielos Aurora Australis, de Australia, y posiblemente Kapitan Dranitsyn, de Rusia, en el fondo)]




UM NAVIO FRANCÊS PARA USO DUAL – Como visto, o novo vaso cumprirá as funções de patrulheiro e de navio logístico polar. Diferentemente de outras embarcações polares recém-entregues ou em construção, o L’Astrolabe não é uma nave que concilia aplicações científicas e logísticas, mas um vaso militar que também será usado na Antártida. Pode-se afirmar isso não apenas porque ele será operado por pessoal militar, mas porque permanecerá armado com metralhadoras durante a maior parte do tempo (dentro do espírito do Tratado da Antártida, não se espera que nenhuma embarcação ingresse carregando armas no paralelo 60º S) –nesse sentido, se assemelha ao patrulheiro polar britânico HMS Protector (A173). O novo L’Astrolabe ainda poderia ser comparado ao patrulheiro chileno Marinero Fuentealba (OPV-83) e ao colombiano ARC 20 de Julio (PZE-46), belonaves também utilizadas no continente austral, embora não voltadas da mesma forma para a logística [A FRENCH-OWNED SHIP FOR DUAL USE – As seen, the new L’Astrolabe will be both a patrol boat and a polar logistic ship. Unlike other new or under construction polar vessels, the new watercraft is not designed to combine scientific and logistical applications; actually she is a military vessel that will be used in Antarctica as well. That is true not just because the watercraft will be operated by military personnel, but mainly for the reason that she will remain armed with machine guns for most of the time (in the spirit of the Antarctic Treaty, no vessel is expected to enter carrying weapons in the 60º S parallel) – in such sense, she is more like the British patrol boat HMS Protector (A1730). The new L’Astrolabe still could be compared to the Chilean Marinero Fuentealba (OPV-83) and Colombian ARC 20 de Julio (PZE-46) –warships that are also used in the southern continent, although not aimed at logistics in the same way / UN BUQUE FRANCÉS PARA USO DUAL – Como se ve, el nuevo L'Astrolabe será tanto un patrullero como una nave de logística polar. A diferencia de otros navíos polares nuevos o en construcción, el nuevo navío no está diseñado para combinar aplicaciones científicas y logísticas; en realidad es un vaso militar que también se utilizará en la Antártida. Eso se puede afirmar no solo porque la embarcación será operada por personal militar, sino principalmente por el motivo de que ella permanecerá armada con ametralladoras la mayor parte del tiempo (dentro del espíritu del Tratado Antártico, no se espera que ninguna embarcación entre transportando armas en el paralelo 60° S) –en tal sentido, se parece más al barco patrullero británico HMS Protector (A173). El nuevo L'Astrolabe también podría ser comparado con los patrulleros chileno Marinero Fuentealba (OPV-83) y colombiano ARC 20 de Julio (PZE-46) –buques de guerra que también se utilizan en el continente austral, aunque no sean dirigidos a la logística de la misma manera].

A utilização dual do L’Astrolabe otimizará os recursos destinados às Terras Austrais e Antárticas Francesas, permitindo à metrópole que mantenha a vigilância sobre suas possessões, especialmente no tocante à exploração de recursos pesqueiros, e também colocará um navio moderno à disposição do instituto polar –uma realização muito importante para a França [The dual use of L'Astrolabe will optimize the resources destined to the French Southern and Antarctic Lands, allowing the metropolis to keep a watch over its possessions, especially with regard to the exploitation of fishing resources. It will also put a modern ship at the disposal of the polar institute –a very importante achievement for France / La utilización dual del L'Astrolabe optimizará los recursos destinados a las Tierras Australes y Antárticas Francesas, permitiendo a la metrópolis vigilar sus posesiones, especialmente en lo que respecta a la explotación de los recursos pesqueros, y también pondrá un barco moderno a disposición del instituto polar –un logro muy importante para Francia].

Entre 1951 e 1988 os françeses não dispuseram de um navio de bandeira própria para atingir a Antártida, necessitando arrendar embarcações norueguesas, dinamarquesas e canadenses. A entrada do antigo L’Astrolabe em serviço foi saudada como um ato de afirmação de soberania, mas o navio mudou de proprietário algumas vezes ao longo dos anos, até terminar em mãos britânicas, o que levou a adquirente P&O Maritime a abrir uma subsidiária francesa para manter o contrato com o governo. Por isso, o arranjo jurídico em torno da nova embarcação excluiu o recurso a armadores privados, de modo a evitar que no futuro a França caia novamente na dependência de estrangeiros para ter acesso à terra que reivindica [Between 1951 and 1988 France did not have a ship of its own flag to reach Antarctica, and had to rent Norwegian, Danish and Canadian vessels. The entry of the old L'Astrolabe into service was hailed as an act of assertion of sovereignty, but the watercraft changed owners a few times over the years, ending in British hands, which led the acquirer P&O Maritime to create a French subsidiary in order to keep the contract with the government. That is the reason why the contractual frame concerning the new vessel has excluded the recourse to private shipowners, thus preventing France from falling again under the dependency of foreigners to get to the land it claims / Entre 1951 y 1988 los franceses no poseían un buque de su propia bandera para llegar a la Antártida, y tuvieron que alquilar navíos noruegos, daneses y canadienses. La entrada del antiguo L'Astrolabe en servicio fue aclamada como un acto de afirmación de la soberanía, pero la embarcación cambió de propietario algunas veces a lo largo de los años, terminando en manos británicas, lo que llevó al adquirente P&O Maritime a crear una filial francesa para mantener el contrato con el gobierno. Esa es la razón por la que el arreglo jurídico relativo al nuevo buque ha excluido el recurso a armadores privados, impidiendo así que en el futuro Francia vuelva a caer bajo la dependencia de extranjeros para tener acceso a las tierras que reclama].




_________________________________________________________________________
(*) Um exemplo emblemático da importância atribuída à possibilidade de ampliação da Zona Econômica Exclusiva é o do minúsculo arquipélago brasileiro de São Pedro e São Paulo, praticamente inviável para a vida humana e que sedia, desde 1998, uma estação oceanográfica permanentemente tripulada (An emblematic examplof the importance given to the expansion of the Exclusive Economic Zone is that of the tiny Brazilian Saint Peter and Saint Paul Archipelago, which is practically unfeasible for human life and houses a permanently manned oceanographic station since 1998 / Un ejemplo emblemático de la importancia atribuida a la expansión de la Zona Económica Exclusiva es el del minúsculo archipiélago brasileño de San Pedro y San Pablo, que es prácticamente inviable para la vida humana y desde 1998 alberga una estación oceanográfica permanente).




_________________________________________________________________________
Fontes principais (main sources / fuentes principales)


http://www.colsbleus.fr/articles/8695, em francês (in french)






Nenhum comentário:

Postar um comentário